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Pelo derrube do poder dos monopólios! O 1º de Maio é luta internacionalista dos trabalhadores!

 

Escrito há 11 anos e oportuno atendendo a que Montenegro se diz preparado para formar governo se houver eleições antecipadas.

Tolerância zero para com o governo PSD/CDS/PP!

Comemorou-se há pouco os 38 anos do 25 de Abril, a considerada “Revolução dos Cravos” que trouxe liberdade e democracia ao povo português. Em 1974, como resultado de 13 anos de guerra em África e de uma crise económica que atingiu vastos sectores do operariado português, a tropa descontente saiu à rua e o povo veio logo a seguir a exigir uma Revolução a sério que lhe proporcionasse Pão, Paz, Terra, Liberdade e Democracia.

E o que veio, após o estabelecimento desta democracia a partir de 1975 e ao fim de 38 anos:

- mais de 1 milhão e 200 mil desempregados, exército de mão-de-obra de reserva que aumenta todos os dias: mais de 700 empresas com salários em atraso e mais de 1600 empresas encerradas só este ano (uma média de 17 por dia); redução dos apoios sociais e restrição da atribuição e do montante do subsídio de desemprego;

- salários dos mais baixos da Europa e com as medidas do novo Código do Trabalho, despedimentos mais fáceis e mais baratos, e se possível tendencialmente gratuitos, roubo dos subsídios de férias e 13º mês aos trabalhadores do estado (cujos despedimentos em massa se encontram na calha) e aposentados, que se irão estender ao sector privado, fará que dentro em breve sejamos os chineses da Europa;

- com a entrada de Portugal na então CEE, os governos PSD/Cavaco procedeu à destruição paulatina e sistemática da nossa agricultura, das pescas e da indústria tradicional, para nos tornarmos meros consumidores dos produtores excedentários dos países ricos do Norte da Europa; as medidas impostas pela troika são a continuação e o culminar desta política, ou seja, a drenagem das nossas riquezas, com a privatização das empresas públicas e os sectores fundamentais da nossa economia;

- com a substituição do escudo pelo euro, ficamos com uma moeda forte, que tornou as importações baratas e as exportações caras, com o aumento brutal da nossa dependência económica face ao exterior, bem expressa no défice da nossa balança comercial que ultrapassou os 20 mil milhões de euros no ano passado;

- o euro tem sido o instrumento de dominação do grande capital financeiro europeu, predominantemente alemão, substituindo os tanques hitlerianos na criação do IV Império (Reich); a dominação da águia imperial alemã sobre o resto da Europa culminou no recente Pacto Orçamental que, ao impor um limite de 0,5% do PIB ao défice das contas públicas e de 60% à dívida soberana de cada estado membro, os transforma em meros protetorados, limitando-lhes e acabando mesmo com a sua soberania política – Portugal ao aprovar o Pacto Orçamental da UE não precisou de um golpe de estado ou de ser invadido militarmente para se transformar numa neo-colónia;

- a dívida soberana, que aumentou para o dobro na meia-dúzia de anos dos governos de má-memória PS/Sócrates, já vai em mais de 190 mil milhões de euros, isto é, 107,8 por cento do PIB, sendo a quarta maior da zona euro em 2012 e que é a corda à volta do pescoço do povo português; a subida generalizada dos impostos incide sobretudo sobre os trabalhadores, já que as receitas provenientes da cobrança do IRC e o IVA, como já se confirma, tenderão a diminuir devido à recessão económica.

Quem são os responsáveis pela situação de sufoco da economia e de empobrecimento acelerado do povo português? São principalmente dois partidos (mais o apêndice CDS, que foi criado três meses depois do 25 de Abril para controlar a possível reorganização dos fascistas recém-apeados) que se revezam no poder governativo e que têm sido os moços de recados dos grandes banqueiros e patrões nacionais e, após 1986, os bons executantes (os alunos aplicados) das políticas dimanadas de Bruxelas/Alemanha: PS e PSD.

O PS, fundado com os marcos da social-democracia alemã, fica com os louros da entrada de Portugal na CEE (ou melhor, foi a CEE que invadiu e ocupou Portugal) e sendo sempre chamado ao governo em situação de maior crise e quando o PSD é incapaz de actuar, ou por dificuldades internas ou por descrédito perante o eleitorado. Foi sempre o PS que chamou o FMI, a fim de aplicar a “receita” sobejamente conhecida de mais austeridade sobre o povo que trabalha. O PSD, o partido por excelência da burguesia portuguesa, é o que tem mais tempo de governação, foi quem procedeu à maior destruição da economia nacional e que presentemente teima em impor ao povo português o empobrecimento rápido, a retirada de todo e qualquer direito social, transformando Portugal na China da Europa. Cavaco Silva é o político que há mais tempo ocupa um cargo público: foi ministro; foi primeiro-ministro, cujo consulado deu início à situação que agora se vive; e é o Presidente da República, em segundo mandato, que dá total cobertura à política criminosa do governo PSD/CDS-PP – Cavaco personifica o Portugal 38 anos depois de Abril.

Estes partidos representam uma classe política corrupta, ela sim é que tem vivido bem acima das possibilidades do país, e constituem os comités de negócios dos maiores ladrões nacionais, que são os banqueiros Ricardos Salgados, Ulrichs & Cia, os merceeiros Belmiros e Soares Santos e os outros Amorins que tomaram de assalto as empresas públicas, dando a origem a maiores e mais rapaces grupos económicos do que aqueles que rapinavam em Portugal em 24 de Abril. Após 38 anos, não há Pão nem Paz, é a fome e a guerra lançada pelo capital sobre o trabalho; a Terra está ao abandono como no tempo do fascismo; a Saúde é a destruição do SNS com a entrada e financiamento dos grupos privados; a Educação é o ensino superior para os ricos e o desemprego para os jovens licenciados; a Liberdade é a tolerância zero decretada por um obscuro cabo de esquadra e aplicada por um novo Ministro do Interior; e a Democracia é uma encenação. A revolução a que aspiravam os trabalhadores em Abril de 1974 foi interrompida e há que acabar o trabalho. Depois de Abril, o Maio dos trabalhadores terá de acontecer.

O que aconteceu em Portugal durante estes 38 anos aconteceria na mesma, embora mais lentamente, se Portugal tivesse ficado de fora da UE ou do Euro. O que estamos a assistir não é a “mais uma crise” do capitalismo, mas a descobrir a sua verdadeira natureza de predador do ser humano e da natureza. O empobrecimento da humanidade e, em particular, do povo português é uma espiral sem fim, expressa pela dívida soberana que, também ela, está preparada para jamais acabar: ao resgate dos 78 mil milhões de euros (sobre os quais recairão mais 35 mil milhões de euros de juros), outro de 16 mil milhões se prepara (este ano de 2012, apesar das medidas de austeridade e também devido a elas pela recessão económica que provocam, a dívida pública cresceu 23, 2 milhões de euros!) e outros se seguirão. Há que cortar a corda da forca!

E cortar a corda da forca não é pedir reestruturações ou moratórias da dívida, porque isso inevitavelmente acabará por acontecer e será mais um apertar do nó, mas exigir a auditoria pública da dívida e a imediata suspensão do seu pagamento, porque esta dívida não foi contraída pelo povo nem foi feita a seu benefício – uma dívida odiosa e ilegítima não tem de ser paga! E para se atingir este objectivo há que derrubar este governo fascista PSD/CDS-PP, comissão liquidatária do país ao serviço dos banqueiros nacionais e dos grandes consórcios financeiros europeus que impõem a servidão da dívida e com a qual são os únicos a lucrar – o derrube do governo fascista acompanhará a expulsão da troika-FMI do país.

É muito possível que a saída do euro não seja a solução – embora alguns países em maior crise, entre eles Portugal, sejam compelidos a fazê-lo – já que a luta é travada essencialmente dentro dos países que constituem a Zona Euro. Por outro lado, a história não anda para trás e o tempo do capitalismo tradicional, escudado em protecionismos nacionalistas, já lá vai. A luta tem de ser feita a nível de cada país da União Europeia, mas também e como condição para consequentemente atingir os seus fins, terá (e vai ser) de ser feita em conjunto por todos os povos europeus. E, ao contrário do propagandeado pelos dirigentes políticos vendidos, Portugal irá cair numa situação bem pior do que a grega, na medida em que a dívida privada (de que ninguém fala!) é maior em Portugal do que na Grécia e é o dobro da dívida pública, se esta luta não for travada até ao fim. Seremos (somos) todos gregos mas na luta contra a Europa dos monopólios! E a luta contra o capitalismo passa pela socialização dos bancos e dos grandes grupos económicos em geral, e, por último, pela instauração da Europa dos Povos.

Pelo derrube do governo PSD/CDS/PP!

Não pagar a dívida ilegítima e odiosa!

O 1º de Maio é vermelho!

A luta dos trabalhadores é internacionalista!

Os Bárbaros
01 de Maio 2012

www.osbarbaros.org

 

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